quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo)

O QUE É O TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo) E QUAIS SÃO OS SEUS SINTOMAS?
Vencendo o Transtorno Obsessivo-Compulsivo
Aristides V. Cordioli

        O TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo) é um transtorno mental incluído pela classificação da Associação Psiquiátrica Americana entre os chamados transtornos de ansiedade. Está classificado ao lado das fobias (medo de lugares fechados, elevadores, pequenos animais - como ratos ou insetos), da fobia social (medo de expor-se em público ou diante de outras pessoas), do transtorno de pânico (ataques súbitos de ansiedade e medo de freqüentar os lugares onde ocorreram os ataques), etc. Os sintomas do TOC envolvem alterações do comportamento (rituais ou compulsões, repetições, evitações), dos pensamentos (preocupações excessivas, dúvidas, pensamentos de conteúdo impróprio ou "ruim", obsessões) e das emoções (medo, desconforto, aflição, culpa, depressão). Sua característica principal, como já comentamos, é a presença de obsessões e/ou compulsões ou rituais. Além disso, os portadores do TOC sofrem de muitos medos (de contrair doenças, de cometer falha, de serem responsáveis por acidentes). Em razão desses medos, evitam as situações que possam provocá-los - comportamento chamado de evitação. As evitações, embora não específicas do TOC, são, em grande parte, as responsáveis pelas limitações que o transtorno acarreta. Esses são os sintomas-chave do TOC.
        Vejamos, então, o conceito de obsessões, compulsões e evitações, termos empregados freqüentemente.

O QUE SÃO OBSESSÕES?
        Obsessões são pensamentos, idéias, imagens, palavras, frases, números ou impulsos que invadem a consciência de forma repetitiva e persistente. Sentidos como estranhos ou impróprios, geralmente são acompanhados de medo, angústia, culpa ou desprazer O indivíduo obsessivo, mesmo desejando ou se esforçando, não consegue afastá-las ou suprimi-las de sua mente. Apesar de serem consideradas absurdas ou ilógicas, as obsessões causam aflição e levam a pessoa a fazer algo (rituais ou compulsões) ou a evitar fazê-lo (evitações) para livrar-se do medo ou do desconforto. As obsessões mais comuns se relacionam aos seguintes aspectos:
• sujeira, contaminação
• dúvidas
• simetria, perfeição, exatidão ou alinhamento
• impulsos ou pensamentos de ferir, insultar ou agredir outras pessoas
• sexo ou obscenidades
• armazenar, poupar, guardar coisas inúteis ou economizar
• preocupações com doenças ou com o corpo
• religião (pecado, culpa, escrúpulos, sacrilégios ou blasfêmias)
• pensamento mágico (números especiais, cores, datas e horários)

OBSESSÕES MAIS COMUNS
Preocupação com sujeira, contaminação, limpeza, doenças e evitações.
        Dentre as obsessões mais comuns, está a preocupação excessiva com sujeira ou contaminação, seguida de rituais de limpeza, evitar tocar em objetos, usar utensílios, freqüentar lugares considerados sujos ou contaminados. O conjunto desses comportamentos forma o sintoma mais comum no TOC. A manifestação ocorre sob diversas formas, como as relacionadas a seguir:
• lavar as mãos inúmeras vezes ao dia;
• trocar excessivamente de roupa;
• lavar imediatamente as roupas que tenham sido usadas fora de casa (mesmo limpas);
• não encostar roupas usadas nas roupas limpas dentro do guarda-roupa;
• lavar as mãos imediatamente ao chegar da rua;
• usar sabão, desinfetante ou detergente de forma excessiva;
• tomar banhos excessivamente demorados, eventualmente usando álcool;
• esfregar demasiadamente a pele;
• evitar sentar em salas de espera de clínicas ou hospitais (principalmente em lugares especializados em câncer ou AIDS);
• não apertar a mão de desconhecidos ou não beijá-los;
• não tocar em trincos de portas, corrimãos, tampas de vasos de banheiro (ou usar um lenço ou papel para tocá-los);
• não usar toalhas ou lençóis de hotéis;
• passar o guardanapo nas louças ou talheres do restaurante antes de servir-se;
• não sentar em bancos de praça ou coletivos;
• não usar telefones públicos;
• não cumprimentar determinadas pessoas (mendigos, aidéticos, pessoas com câncer, etc.);
• não utilizar banheiros em shoppings, cinemas, aviões ou ônibus;
• evitar pisar no tapete ou piso do banheiro em casa ou no escritório;
• não freqüentar piscinas coletivas;
• isolar compartimentos e impedir o acesso dos familiares quando estes chegam da rua sem que tirem os sapatos ou tomem banho;
• restringir o contato com sofás (cobri-los com lençóis, não sentar com a roupa da rua ou com o pijama).
        Na verdade, a preocupação com germes, doenças e contaminação é o tema dominante nos pensamentos e preocupações dessas pessoas. Elas os transformam em cuidados e precauções excessivas e impõem esses cuidados aos demais membros da família. Uma paciente, por exemplo, obrigava seus familiares a trocarem a roupa ou os sapatos para entrar em casa; outra obrigava o marido a tomar um banho imediatamente antes das relações sexuais; uma terceira obrigava o marido a lavar a boca antes de lhe dar um beijo ao chegar da rua e uma outra exigia que seu filho de dois anos usasse luvas para abrir a porta. Essas exigências causavam conflitos constantes, o que comprometia a harmonia conjugal e familiar.

Dúvidas, medo de falhar e necessidade de fazer verificações.
        Uma das preocupações mais comuns no TOC relaciona-se à possibilidade de falhar e, em conseqüência, ocorrer algum desastre ou dano. Tal preocupação se manifesta sob a forma de dúvidas, as quais, por sua vez, levam a pessoa a realizar verificações repetidas. Alguns exemplos estão listados no quadro a seguir:
• medo de a casa incendiar por deixar um eletrodoméstico ligado (ferro de passar, fogão, chapinha de alisar cabelos) ou o gás aberto, seguido da necessidade de verificar se os aparelhos ficaram ligados ou não;
• medo de a casa inundar porque a torneira não ficou bem fechada, seguido da necessidade de apertá-la (às vezes de forma demasiada, a ponto de quebrá-la) ou de passar a mão por baixo para se certificar de que não está saindo nenhuma gota de água;
• medo de que um ladrão entre na casa pelo fato de as janelas e portas não terem ficado bem fechadas, associado à necessidade de verificá-las repetidas vezes;
• medo de extraviar documentos ou de sair sem eles, de esquecer de desligar o celular de ter perdido as chaves do carro, seguido da necessidade de verificar repetidamente a bolsa ou o celular;
• medo de que o carro seja roubado por não ter fechado bem as portas, seguido da necessidade de testar cada uma delas mesmo ao ver que os pinos de segurança estão abaixados. A hora de deitar e de sair de casa são oportunidades particularmente propícias para fazer verificações.

        Quando o sofrimento associado à dúvida é muito grande, alguns portadores do TOC simplesmente se esquivam de situações de responsabilidade. Preferem não sentir a necessidade de realizar verificações, evitando, por exemplo, sair por último do local do trabalho, não sendo, assim, responsáveis por desligar os equipamentos ou por fechar as portas. As verificações, como se observa, são geralmente precedidas por dúvidas e preocupações com falhas e se destinam a eliminá-las. É comum que, além de fazer as repetições, os pacientes toquem ou olhem os objetos demoradamente. Esses comportamentos não deixam de ser formas sutis de verificação e de eliminação de dúvidas.
        As compulsões associadas a dúvidas também podem ser mentais, como reler várias vezes um texto ou parágrafo e recitá-lo mentalmente para ver se foi memorizado corretamente, visualizar repetidamente uma mesma cena ou, ainda, repetir mentalmente uma conversa para garantir que nenhum detalhe tenha sido esquecido. Acredita-se que certas características pessoais, como um senso exagerado de responsabilidade, a necessidade de ter certeza e um elevado nível de exigência (perfeccionismo), por exemplo, desempenhem um papel importante no surgimento das obsessões de dúvida e da necessidade de executar verificações.

Obsessões de conteúdo sexual, agressivo ou catastrófico
        São comuns no TOC os chamados "pensamentos horríveis", "maus pensamentos" ou simplesmente pensamentos impróprios. Os mais comuns envolvem cenas ou imagens de conteúdo sexual, como molestar sexualmente uma criança, ter uma relação homossexual com um irmão, pai, tio, etc., ou visualizar uma cena sexual envolvendo Jesus Cristo, a Virgem Maria, ou os santos. O paciente fica chocado com as cenas e tenta afastá-las, sem sucesso, da mente. Passa, então, a vigiar os próprios pensamentos. E quanto mais se preocupa em afastá-los, mais eles invadem a mente, em um efeito contrário. Eventualmente, executa um ritual, como tomar banho, confessar-se com um sacerdote, trocar de roupa, rezar uma oração determinado número de vezes para sentir-se aliviado, ou repetir determinada palavra cujo conteúdo seja contrário ao do pensamento invasivo.
        Também são comuns pensamentos catastróficos. Assim, um pensamento involuntário sobre acidentes passa a indicar a possibilidade de o acidente acontecer com alguém da família que, naquele momento, esteja viajando. "O fato de eu pensar indica que o fato pode acontecer, e eu tenho que tomar todas as medidas necessárias para impedir esse acontecimento". Esse é o raciocínio dos pacientes. Outro exemplo: se de fato ocorreu um acidente e, por azar, um pensamento desse tipo havia anteriormente passado pela cabeça do paciente, ele vai interpretar que o fato de ter pensado provocou o evento, ou seja, o fato ocorreu porque ele pensou.
        Dentre os pensamentos horríveis, são bastante comuns cenas de conteúdo agressivo. Alguns exemplos:

• uma pessoa ser atropelada e estraçalhada por um ônibus, com pedaços de membros saltando a distância;
• empurrar o bebê pela janela do edifício;
• empurrar o carrinho do bebê na escada rolante do shopping;
• intoxicar o filho com venenos domésticos, como raticidas ou gás;
• empurrar alguém escadaria abaixo;
• dar um soco na noiva ao cumprimentá-la no final da cerimônia do casamento;
• cravar uma faca no peito do esposo quando ele chegar em casa do trabalho, etc.
        Como forma de diminuir essas obsessões, os portadores do TOC procuram afastá-las da cabeça por meio de medidas de precaução. Assim, evitam segurar o filho no colo perto de janelas, subir escadarias próximo a outras pessoas e escondem todas as facas da casa, jamais utilizando-as, ou simplesmente evitam olhá-las ou aproximar-se delas, principalmente na frente do cônjuge.
Obsessões de conteúdo mágico ou superstições
        É muito comum as pessoas terem certas superstições. O que distingue as superstições das obsessões é a intensidade com que se acredita nelas e o quanto comprometem a vida diária. O número 13 é considerado por muitos um número de azar, especialmente se o dia 13 cair em uma sexta-feira. O número 27 é de sorte. Em outros casos, sonhar com um número pode representar a possibilidade de ganhar na loteria. É possível que você considere que alguns números, incluindo datas, horários, números de vezes, etc., tragam azar ou sorte. Contudo, se essas crenças interferem no seu dia-a-dia e, em razão delas, você não faz nada, então você tem obsessões de conteúdos mágicos. Entre os exemplos de atitudes dessa natureza estão: não sair de casa nas datas de azar, parar completamente suas atividades enquanto os ponteiros do relógio cruzam um determinado horário, apagar e acender uma luz seis vezes para se convencer de que não vai acontecer nada de ruim para você ou para os seus queridos.
        Um outro tipo comum de obsessão está relacionado com cores de roupas. Pode ser que você não consiga usar roupas vermelhas (lembram sangue), pretas (lembram morte ou que alguém pode morrer) ou marrons. Outros exemplos dessa modalidade de obsessão incluem evitar cruzar com mendigos (dá azar ou você pode se transformar em um deles), não freqüentar cemitérios, não comparecer a funerais, mesmo quando são de parentes ou amigos próximos, ou não entrar em funerárias, pois isso pode dar azar e você ser o próximo a morrer.
COMO AS OBSESSÕES SE ORIGINAM?
        Nossa mente é quase que permanentemente invadida ou "bombardeada" por pensamentos involuntários, também chamados de pensamentos intrusivos, intrusões ou pensamentos automáticos. Essas "invasões" são normais ocorrem espontaneamente e, da mesma forma que surgem, desaparecem; não acarretam preocupação para as pessoas que não dão importância a elas, facilmente são esquecidas, fazendo parte da atividade mental normal. Entretanto, para alguns indivíduos mais sensíveis, a ocorrência de alguns desses pensamentos (por exemplo, conteúdo agressivo, obsceno ou sexual) é interpretada a partir de um significado especial, como, por exemplo, de que a pessoa possa vir a cometer um ato criminoso ou moralmente inaceitável. Acredita-se que essa interpretação errônea, em razão da aflição que provoca, faça com que certos pensamentos intrusivos normais se transformem em obsessões, levando a pessoa a agir (fazer um ritual ou evitar) no sentido de diminuir as conseqüências desastrosas imaginadas e a aflição sentida.
O QUE SÃO COMPULSÕES OU RITUAIS?
        Compulsões ou rituais são comportamentos ou atos mentais voluntários e repetitivos executados em resposta a obsessões ou em virtude de regras que devem ser seguidas rigidamente. Os exemplos mais comuns são lavar as mãos, fazer verificações, contar, repetir frases ou números, alinhar, guardar ou armazenar, repetir perguntas, etc. As compulsões aliviam momentaneamente a ansiedade, levando o indivíduo a executá-las toda vez que sua mente é invadida por uma obsessão acompanhada de aflição. Nem sempre têm conexão realística com o que desejam prevenir (p ex., alinhar os chinelos ao lado da cama antes de deitar para que não aconteça algo de ruim no dia seguinte; dar três batidas em uma pedra da calçada ao sair de casa, para que a mãe não adoeça). Nesse caso, os rituais são chamados de mágicos.
        Os dois termos (compulsões e rituais) são utilizados praticamente como sinônimos, embora o termo "ritual" possa gerar alguma confusão na medida em que as religiões, de forma geral, adotam comportamentos repetitivos e contagens nas suas práticas: ajoelhar-se três vezes, rezar seis ave-marias, ladainhas. Existem rituais para batizados, casamentos, funerais, etc. Além disso, certos costumes culturais, como a cerimônia do chá entre os japoneses, o cachimbo da paz entre os índios, ou um funeral com honras militares, envolvem ritos que lembram as compulsões do TOC. Por esse motivo; há certa preferência para o termo "compulsão" quando se fala em TOC.
        As compulsões mais comuns são:
• de lavagem ou limpeza
• verificações ou controle
• repetições ou confirmações
• contagens
• ordem, arranjo, simetria, seqüência ou alinhamento
• acumular, guardar ou colecionar coisas inúteis
• compulsões mentais: rezar, repetir palavras, frases, números
• diversas: tocar, olhar, bater de leve, confessar

COMPULSÕES MENTAIS
        Algumas compulsões não são percebidas pelas demais pessoas, pois se desenvolvem mentalmente e não mediante comportamentos motores, observáveis. Elas têm a mesma finalidade: reduzir a aflição associada a um pensamento. Alguns exemplos:
• repetir palavras especiais ou frases
• rezar
• relembrar cenas ou imagens
• contar ou repetir números
• fazer listas
• marcar datas
• tentar afastar pensamentos indesejáveis, substituindo-os por pensamentos contrários

Repetições, contagens, ordem e seqüência
        Contar mentalmente é bastante comum em momentos de ansiedade. Enquanto você espera o resultado do vestibular no saguão da faculdade ou aguarda na fila do banco ou na sala de recepção do seu médico, mentalmente você passa a contar os quadros na parede, o número de janelas do prédio, de pessoas na fila, ou fica assoviando repetidamente uma música. Essas contagens e repetições são normais, porque, se você desejar, pode interrompê-las sem ficar aflito.
        Além disso, em portadores do TOC, é comum a necessidade de contar as janelas dos edifícios ou ler as placas dos carros na rua, repetir uma reza um número exato de vezes antes de deitar, lavar cada lado do corpo ou escovar os dentes três vezes (em uma determinada seqüência ou de acordo com uma certa regra), ter que entrar no edifício ou em casa fazendo sempre o mesmo trajeto. A sensação é de que algo ruim poderá acontecer, e somente fazendo as coisas dessa forma você conseguirá impedir o pior. Essas repetições podem tomar muito tempo. Você, então, passa a não sair mais de casa sem tê-las executado. E, se por acaso se distrai, erra a contagem ou não segue exatamente a seqüência estabelecida, recomeça tudo, o que faz com que se sinta um verdadeiro prisioneiro de seus medos.
        Exemplos: uma paciente, ao entrar em casa, sentia-se obrigada a contar os quadros da sala em uma determinada ordem (sempre a mesma); outro paciente tinha uma detalhada seqüência de procedimentos antes do banho: alinhava as roupas em uma certa ordem sobre uma banqueta, colocava o tapete de borracha exatamente no centro do boxe e alinhava outro tapete do lado de fora, consumindo entre 10 e 15 minutos nesse ritual.

Guardar ou colecionar objetos inúteis


        Guardar papéis ou recortes de jornais pode ser útil em algumas circunstâncias. Porém, ter prateleiras ou até peças da casa cheias de caixas de sapato, embalagens e garrafas de plástico vazias, contas vencidas e pagas há muito tempo, roupas que não servem mais ou que estão fora de moda, sapatos que não serão mais usados, etc., pode caracterizar um sintoma do TOC: o colecionismo, ou seja, a tendência a guardar e armazenar coisas inúteis.

Lentidão obsessiva
        É comum, em portadores do TOC, a lentidão ao executar tarefas. Essa lentidão pode ocorrer em virtude de repetições (tirar e colocar a roupa várias vezes, sentar e levantar, sair e entrar, etc.), de verificações (trabalho, listas, documentos) ou do adiamento de tarefas devido à indecisão.

A ORIGEM DAS COMPULSÕES
        Hoje em dia acredita-se que as compulsões existam em razão das obsessões: são realizadas com a finalidade de aliviar ou neutralizar a aflição, o desconforto e o medo que acompanham as obsessões. Certas compulsões (como dar uma olhada para o lado, tocar, raspar, estalar os dedos, fechar as mãos com força, etc.) são realizadas sem que nenhum pensamento as preceda. Trata-se apenas de uma sensação de desconforto ou tensão física que necessita ser aliviada ou descarregada.

HIPERVIGILÂNCIA
        Atualmente, sabe-se que a hipervigilância aumenta a freqüência e a intensidade das obsessões. Assim, o esforço constante feito pelo portador do TOC para neutralizar as obsessões, ficar permanentemente com a atenção focalizada em certos temas ou vigiar permanentemente objetos, situações, lugares ou pessoas que as possam desencadear constituem exemplos desse tipo de comportamento. Esforçar-se por afastar um pensamento ruim exerce, por vezes, o efeito contrário: faz com que ele ocorra ainda mais intensa e freqüentemente. É como diz o ditado: "quanto mais se pensa no demônio, mais ele aparece", ou quanto mais a pessoa se preocupa com sujeira, mais vê sujeira. Um dos meus pacientes tinha obsessões por mosquitos. A primeira coisa que fazia ao chegar em casa era revisar o seu quarto (atrás da cama, dentro dos armários, atrás dos livros) à procura desses insetos. Chegou a uma sessão triunfante: "Matei 102 ontem à noite. E o curioso é que na minha, casa só eu vejo mosquitos!”.

PARA ENCERRAR
        Você pôde perceber como as manifestações do TOC são variadas. Normalmente, o indivíduo apresenta diversos sintomas, sendo que um ou outro predomina e causa mais perturbação.
        Os sintomas mais comuns foram caracterizados: obsessões, compulsões, evitações e a relação entre eles. Também se apresentou uma breve explicação de como eles surgem e se perpetuam. Você já pode ter uma idéia sobre a possibilidade ou não de ser um portador do TOC. Leia com cuidado as descrições, revise as situações que normalmente desencadeiam seus sintomas e verifique se correspondem ao que você apresenta.

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