quinta-feira, 31 de julho de 2014

O amor tem seu tempo

A urgência dos nossos dias nos faz pensar exatamente na urgência do amor. Quando o sentimento se faz presente entre duas pessoas é muito comum a necessidade imediata de dizer: “Eu te amo”. Algumas pessoas dizem: “Que loucura! Isso não é amor”; outras afirmam: “Pra que esperar, eu amo e digo!”. Avaliar nossos sentimentos e todas as implicações que ele envolve também nos faz pensar que os caminhos para o amor nunca são ou estão prontos, mas certamente, passam por nossa maturidade. A maturidade biológica nem sempre está relacionada à maturidade psicológica. As expectativas dos pais nem sempre serão concretizadas nos desejos dos filhos. Da mesma forma, o que foi vivido no passado nem sempre será válido para as experiências atuais. Os gregos diziam que amor é “uma questão de despertar para a vida” e, com isso, nem todos despertam ao mesmo tempo, nem esperam as mesmas coisas ou se satisfazem com as mesmas coisas. Quando se acelera o processo do amor, muitas vezes, se “mata” esse sentimento. É por isso que as pessoas não podem se casar porque os pais delas se admiram, porque as famílias se dão bem ou porque o (a) namorado (a) tem ou não tem um status, ou um tipo de estudo. Amor requer tempo, conhecimento, – reconhecimento do que gosto ou não –, das minhas limitações e da limitação do outro. Amor é como uma construção: escolhe-se o terreno, as fundações e a base para que a obra seja realizada, os tijolos vão sendo colocados um a um, até que a casa seja coberta e todo o acabamento interior seja feito. Depois virão os jardins, os detalhes, os cuidados. E é por isso que o amor não pode ser urgente: uma casa feita às pressas, com material de qualidade inferior, tende a cair antes do tempo. Imaginem se os tijolos desta casa, que é o amor, forem assentados com areia e água? Sonhos são muito bonitos nas novelas, mas, na vida real, os caminhos não são prontos. Os caminhos de um casal se fazem pela descoberta das alegrias e das tristezas que os dois podem viver. Estes se fazem ainda pela capacidade de reconhecer no outro aquele que me faz feliz, mas não apenas a única pessoa do mundo que me faz feliz, mas que me completa em parte da vida, que é muito mais do que apenas uma pessoa ou um único motivo. “Quem quer o amor precisa dar tudo o que tem para possuí-lo (Mt 13,44)” e é por isso que o amor exige dedicação e decisão. Se você ainda não está pronto para isso, pense se não é tempo de se autoconhecer para conviver com o amor, mas também não espere que esteja 100% pronto para vivê-lo, pois a perfeição não existe, ainda mais quando falamos de seres humanos. E lembre-se: para tudo existe um tempo: amor, afetividade, sexualidade, cada um deve e precisa acordar em seu tempo, até mesmo para que as experiências fora do tempo e erradas não se tornem marcas negativas no futuro.

Lidando com o Luto

“A morte como perda nos fala, em primeiro lugar, de um vínculo que se rompe de forma irreversível, sobretudo quando ocorre perda real e concreta. Nesta representação de morte estão envolvidas duas pessoas: uma que é ‘perdida’ e a outra que lamenta esta falta, um pedaço de si que se foi. O outro é em parte internalizado nas memórias e lembranças. A morte como perda evoca sentimentos fortes, pode ser então chamada de ‘morte sentimento’ e é vivida por todos nós. É impossível um ser humano que nunca tenha vivido uma perda. Ela é vivida conscientemente, por isso é, muitas vezes, mais temida do que a própria morte. Como esta última não pode ser vivida concretamente, a única morte é a perda, quer concreta, quer simbólica” (KOVACS, 1992). É interessante avaliar o medo da morte como algo cultural, construído na forma como fomos criados, pois tocamos naquilo que é desconhecido, que um dia viveremos, mas não sabemos quando nem como. Falo de tudo isto, pois saber lidar com a morte é, na verdade, saber lidar com perdas diárias, mesmo que pequenas. Estes sentimentos são similares, porque se perde o envolvimento afetivo e todas as conquistas que podem ser obtidas por meio daquele vínculo que se perdeu, como, por exemplo, o carinho, uma posição de destaque, o reconhecimento, a proximidade, a troca e tantos outros sentimentos e situações que deixam de ocorrer com a perda. Elaborar o luto é viver os sentimentos tais como eles são: com choro, com reservas, com necessidade de falar; lidar com a raiva, o desapontamento e todas as formas com as quais a pessoa consiga manifestar, a seu tempo, tudo aquilo que sente. Pessoas de confiança e proximidade são muito importantes neste tempo, mas devem deixar que a pessoa também se manifeste. Frases como: “não chore, não seja fraco, ele não gostaria de te ver chorando” nem sempre ajudam, uma vez que a forma de manifestar a dor, em cada um de nós, é diferente. Como percebemos, viver o luto é um processo que, passo a passo, vai sendo superado. Em datas comemorativas – aniversário, Natal, Dia dos Pais, dentre outras, a pessoa será lembrada e os sentimentos em cada fase serão os mais variados. Apenas quando os sintomas negativos forem persistentes e duradouros demais, podemos pensar que a superação desta perda e suas etapas não foram bem vividas, tanto no mundo externo quanto interno da pessoa. Se esses sintomas forem fortemente repetitivos, quando se aproximam essas datas este é um forte sinal de que a pessoa não está vivendo corretamente as etapas necessárias para a sua superação, tanto em seu mundo externo, quanto, principalmente, em seu mundo interno. Em tudo, lembramos ainda que o conforto espiritual é muito importante e até mesmo diferencial em todas as situações que vivemos, especialmente no luto, pois a fé também é o alimento que nos sustenta nesta caminhada sem aquela pessoa que tanto amamos e de quem tanto sentimos falta. Sentir e vivenciar este processo doloroso é essencial para este momento de superação, ou seja, lembrar o que foi bom, perdoar as mágoas, não se culpar por aquilo que eventualmente não tenha feito pela pessoa que se foi e acima de tudo, viver esta dor partilhando com alguém, sem medo de chorar e colocar para fora o que sente e, desta forma, podendo superar esta etapa de vida.

Você pode enfrentar seus problemas! Crises Existenciais

Todos passamos por crises existenciais durante toda a vida. É comum ouvirmos falar sobre a crise relacionada às fases da vida: crise de juventude, da pré-adolescência, do idoso, dos 40 anos, dos 7 anos de casamento, e tantas outras. Muitos podem fazer a seguinte pergunta: “O que fazer, então, com essa crise?” Podemos perceber, em nossos relacionamentos, aquele amigo ou parente que, por vezes, insiste em permanecer num ciclo de repetição e de dependência do processo de crise, como se isso fosse uma forma de vida. Crise é a palavra que nos leva a pensar numa atitude de mudança. Uma empresa em crise precisa tomar atitudes para pagar contas, aumentar sua produção, ou qualquer outra decisão que ajude a superar aquele tempo. Se fizermos uma comparação, nós podemos funcionar dessa forma diante de uma crise pessoal. Pergunte-se: Quais saídas eu tenho? Com quem posso contar? Eu fiz uma análise racional dos comportamentos e atitudes que estou tendo diante da vida? Coloquei na balança os prós e os contras daquilo que estou fazendo ou deixando de fazer comigo e com as pessoas que me cercam? Quando destaco a “análise racional” quero dizer que precisamos fazer uma análise real das situações, sem nossos melindres ou nossas defesas. Acho muito importante ressaltar que, muitas vezes, nos colocamos no papel de vítima das situações, como se não pudéssemos sair delas ou o mundo precisasse mudar para que nós fôssemos felizes. Um exemplo: estou fazendo um tratamento médico e, por fim, o médico diz que estou curada, que não mais precisarei de remédios. Fico muito chateada com esse profissional, pois não acredito na cura e continuo a desejar os remédios e até mesmo duvido dele. Será que realmente o médico está errado ou nossa necessidade é a atenção que recebíamos enquanto estávamos doentes e agora não a teremos mais (pelo menos nessa área)? O que pode nos causar mais medo nessa fase é que voltaremos a ser “pessoas normais”, que “voltaremos para o mundo” e, por vezes, nos apoiamos numa dependência que nem sempre é sadia, ou seja, uma dependência que faz parte da insegurança e sensação de abandono. Nossas dependências afetivas são uma grande fonte de crise em nossa existência, mas a vida é feita de períodos de mudança e transformação. Para lidar com isso precisaremos amadurecer nossas emoções, controlar nossos pensamentos e impulsos (muitas vezes, impulsos destrutivos em nossos relacionamentos), o que pode levar algum tempo. É um processo que pode provocar certo sofrimento, isso é verdade, porém, a sensação de superar, de vencer, de ultrapassar os limites e de fechar ciclos, certamente, será muito mais benéfica e trará aprendizados valiosos para cada pessoa que resolver fazer essa escolha. Sempre é tempo de fazer uma revisão de vida, estabelecer metas concretas em busca da resolução das nossas crises, com fé e perseverança.

Construindo adultos saudáveis: Dizer “sim” e dizer “não

Você já notou como lida com seus impulsos, com aquela vontade irresistível de fazer algo? Controlar nossos impulsos significa quanto conseguimos ser capazes de adiar a gratificação por algo e com isto, fazer escolhas mais inteligentes ou adaptáveis. Sabe o que é mais interessante: o controle dos impulsos se dá em nossa infância, quando lidamos com as primeiras frustrações e gratificações. Quando dizemos “não” a nós mesmos, aprendemos a autodisciplina, palavra tão conhecida entre nós e citada em revistas, artigos, programas de tv; esta habilidade é capaz de gerar felicidade e sucesso. Aí começa o desafio dos pais, cuidadores, professores, pois crianças nunca aprendem a autodisciplina sozinhas, mas também não aprendem na escola ou na sala de aula. Não há curso para autodisciplina. Aí entra a habilidade dos pais em dar limites e ensinar que para cada ato há uma consequência, que as escolhas levam a determinados caminhos, positivos ou negativos. Ao deixar claro para uma criança quais as expectativas que se tem sobre algo ou os limites e o resultado sobre aquilo que não se cumpriu, tudo fica mais claro. Ou seja, a criança aprende, desde pequena, que se optar por algo errado, receberá sua escolha em troca, experimentando o resultado negativo das escolhas que fez. O que é mais complicado quando é necessário “dizer não” para seu filho? Muitos pais podem dizer que a dificuldade está em ver que o filho ficou infeliz, ficou triste, desapontado. Claro que, como pais, o que se tenta fazer muitas vezes é, de fato, evitar o sofrimento, mas isto se torna uma forma enganosa de proteger; será muito mais produtivo dar aos filhos formas de lidar com a perda e com isto, criar formas de “amortecer” as situações e lindar com os obstáculos da vida. Dizer “não” é muito mais complicado do que dizer “sim”; porém, olhando para o futuro os resultados de um “sim” e um “não” no tempo certo, fazem toda a diferença quando seu filho for adolescente ou adulto. Não diga “sim” para acalmar o choro ou a irritação do seu filho, mas diga “sim” quando é necessário e “não” sempre que preciso, para que não colha dificuldades em longo prazo. Na autenticidade e na democracia da relação pai e filho, nos dias atuais, cresce e liberdade em dizer e posicionar-se, porém, não podemos esquecer do papel de modelagem de comportamento que damos ao filhos. “Ninguém pode respeitar seus semelhantes se não aprender quais são os seus limites — e isso inclui compreender que nem sempre se pode fazer tudo que se deseja na vida. É necessário que a criança interiorize a ideia de que poderá fazer muitas, milhares, a maioria das coisas que deseja — mas nem tudo e nem sempre. Essa diferença pode parecer sutil, mas é fundamental.” (Zagury, T.) Este é o desafio da persistência, do amor, do cuidado e da certeza, que um “sim” e um “não” bem colocados, e ao seu tempo, farão toda a diferença na construção de adultos saudáveis e resistentes aos embates da vida.

Medo de…. rejeição!

Muitas vezes nos pegamos com um medo danado de experimentar o novo e tudo aquilo que ele nos proporciona. Falar ou ouvir a palavra “não” é saudável e natural, faz parte do processo de abandonar a meta impossível: de “ser perfeito”. É impossível agradar a todo mundo o tempo todo e você não precisa sentir culpa por isso. Medo de errar gera mais medo, e quanto mais medo… menos coisas você faz para sua própria realização. Não encare o não como uma coisa pessoal Faço aqui a cópia de um texto que encontrei e achei muito interessante para partilhar com você! “Meu primeiro livro, State of the Art Selling, foi recusado por 26 editores até que um finalmente o comprou. Falando de rejeição… Hoje eu sei por que muitos escritores talentosos não conseguem publicar seu trabalho. Quando estão expostos constantemente a esse tipo de rejeição, sua confiança e perseverança se esvaem. Certamente fiquei perturbado depois da primeira rejeição, mas não me deixei abater. No entanto, cinco ou seis rejeições depois, comecei a ficar realmente preocupado. Liguei então para meu agente e perguntei qual era o problema. Ele disse que simplesmente havia muitos livros à venda no mercado, por isso os editores estavam hesitando em pegar outro. Mas eu sabia que tinha uma abordagem nova e idéias importantes para acrescentar a uma área reconhecidamente apinhada. Por isso, depois da rejeição seguinte, liguei para o editor e perguntei o que poderia fazer para aumentar minhas chances. O que faltava no meu livro? De que ele precisava para se destacar e ser aceito? A rejeição seguinte foi seguida de um telefonema semelhante, e fiz a mesma coisa com as demais. As mudanças sugeridas foram incorporadas. A essa altura, eu estava aguardando ansiosamente cada rejeição. Sem saber, esses editores estavam ajudando a escrever meu livro! A valiosa lição que aprendi foi não considerar rejeição como sinônimo de fracasso. Quando o vigésimo sétimo editor comprou meu livro, ele não estava levando um original que havia fracassado 26 vezes. Estava levando um original que havia se beneficiado do conselho de 26 talentosos e reconhecidos profissionais. A rejeição é apenas a opinião de uma pessoa. Não podemos levá-la para o lado pessoal, ou ela destruirá sua confiança e o impedirá de andar para frente. Barry J. Farber Escritor, Diamond in the Rough”

Ciúme: sinal de alerta nos relacionamentos

Quem nunca ouviu dizer que o ciúme é o tempero do amor? E você? O que acha disto? Temos assistido muitos casos onde o ciúme é o “fósforo aceso na pólvora”, ou seja, provoca reações inesperadas e de total descontrole. Pensando assim, você ainda acha que sentir ciúme é normal? Fatores culturais fazem com que acreditemos que ciúme é uma prova de amor e que pequenos sacrifícios como deixar de ir à determinados lugares ou trocar de roupa para que a pessoa amada não se chateie, são bem vindos e são aquele “tempero” no amor. A grande questão é que os tais “pequenos sacrifícios” e este “tempero” transformam-se em aprisionamentos a medida em que o tempo passa. Estar com o outro passa então a não ter tanto sentido, perde a graça, e, certamente, mexe com as estruturas de qualquer relacionamento. Do ponto de vista psicológico é um sentimento que envolve o medo de perder o amor da pessoa amada e está diretamente relacionado a falta de confiança no outro e muito mais em si próprio. Quando se torna exagerado, consideramos que transforma-se numa doença, chegando a pensamentos obsessivos. A complexidade do ciúme é grande, pois envolve pensamentos, emoções, comportamentos e reações físicas. Pessoas ciumentas comportam-se a ponto de certificar frequentemente se são queridas, se as pessoas podem dar provas de amor ou mesmo pedindo provas para que este amor seja certificado, tais como, proibir visitar um determinado lugar, usar esta ou aquela roupa, prometer que fará ou não fará uma coisa, dentre tantas outras. Muitas vezes, coloca-se nestes pedidos, que são coisas externas, o significado do amor, que de um sentimento interior, passa a ser construído com provas externas. Ciumentos fazem interpretações distorcidas e geralmente, fazem isto não apenas com seu par amoroso, mas também nas relações de amizade, trabalho, família, cobrando atenção e até mesmo com reserva quanto ao uso de seus objetos pessoais por outras pessoas. Vale lembrar que quando excessivo, se torna um problema de saúde psicológico, pois a pessoa começa a ter sentimentos paranóicos, delírios de perseguição e temor imaginário de que a pessoa está sendo vítima do mundo, com muitas fantasias, imprecisão e suas dúvidas ligadas a ideais supervalorizadas ou delirantes, são percebidas de fato como reais. Muitas vezes, a pessoa passa a ter uma compulsão em verificar suas dúvidas e com isto passa a invadir a privacidade do outro, abrindo correspondências, mexendo nos bolsos, no celular, nas redes sociais, fazendo um perfil falso para tentar “cavar” provas de infidelidade e tantas outras atitudes extremistas. Parecem atitudes bobas e até mesmo são reconhecidas pelo parceiro, mas não servem em nada para aliviar o ciúme, e sim, aumentam a sensação de desconforto. Se você passa por esta situação, é importante que possa conversar bastante sobre o assunto com seu par, procurando juntos as alternativas que permitam que o verdadeiro amor, baseado na confiança e na cumplicidade, possam crescer entre vocês, deixando também que Deus possa agir na inseguranças, nos reflexos de dificuldades afetivas do passado, bem como buscar ajuda especializada quando perceber que a situação tomou uma proporção maior do que a aquela que vocês podem administrar sozinhos.

Minhas reações frente aos acontecimentos

Diante das mais variadas e possíveis situações de nossa vida, nos vemos movidos pelo mesmo questionamento, “cada pensamento produz uma emoção diferente” (Freeman, A.). Se aquilo que você tem diante de si é um evento que atrapalha nas relações em seu trabalho, nos seus contatos de amizade, no seu relacionamento afetivo, seu amor-próprio, ou qualquer ou tipo de pensamento leva ao seguinte: “é o que você pensa acerca daquela situação que determina, em grande parte, se você vai sentir algo a respeito e o que você fará”. Neste sentido, não faz muita diferença no tempo em que estas emoções ocorreram, e sim a forma com a pessoa se manifesta frente aquela situação. Muitas vezes, os pensamentos imediatos vão contribuir com o que sentimentos, e por sua vez, estes sentimentos vão contribuir para moldar e influenciar diretamente sua maneira de comportar-se. Pensando em tudo aquilo que vivemos diariamente, se acreditamos que uma determinada situação não tem mais saída, tem comportamentos muitos diferentes, caso pudéssemos olhar a situação com esperança. Se pensarmos que o outro nos ofendeu de maneira proposital e está nos provocando, certamente, vamos ter uma reação bem diferente caso pensássemos apenas numa situação acidental e não premeditada. O ponto em que desejo chegar é: se você acredita que o outro é integralmente responsável por sua vida, e portanto você nada pode fazer para mudar a situação, como adotar uma postara diferente e que seja suficiente para mudar sua forma de pensar e agir? Isto tem haver com aqueles momentos da infância que foram difíceis, com as dificuldades no namoro e com toda as decepções vividas em sua trajetória, que, a partir da sua forma de vivenciar e perceber os fatos, pode ser especialmente diferente em sua forma de reagir. O grande esforço de vida é: a capacidade de seguir em frente, mesmo com todos os acontecimentos de vida, avançando e sendo capaz de refletir naquilo que pode ser feito, nas tentativas e nas possibilidades existentes, e não apenas no que não deu certo. É certo que nem tudo sai como planejamos e que as decepções sempre existirão, mas tolerar a frustração e lançar-se ao desafio é essencial.

Bullying: as faces de uma violência oculta

Bullying: as faces de uma violência oculta Uma violência física, mas muitas vezes, psicológica: este é o bullying, termo que tem origem na palavra inglesa bully, que significa brigão, valentão. Na prática, traduz-se em atos de covardia, tirania, agressão, opressão, maltrato, ironias, que acontecem de forma repetitiva, e não necessariamente com uma agressão física, mas na maioria das vezes acompanhado de tratamento ofensivo e ameaças e torturas psicológicas. Estas agressões possuem um caráter intencional, e muitas vezes a pessoa que sofre o bullying pode ser abordada por uma ou por várias pessoas. Forma de violência que tem crescido no mundo, pode fazer vítimas em diversos contextos sociais: escola, família, universidade, vizinhança, local de trabalho. Pode começar com um simples apelido “inofensivo” mas, que pode ter grande repercussão para a pessoa atingida. Sabemos que esta prática existe a muito tempo, mas nem sempre recebeu este nome. Estudos mostram a preocupação de vários setores da sociedade com o crescente número de casos, especialmente nas escolas. Aquele que sofre com o bullying, muitas vezes vive este processo sozinho. Podemos observar que, além do isolamento ou da queda do aproveitamento escolar de uma criança ou jovem, eles podem inciar um processo de adoecimento psicossomático, de estado emocional, sintomas depressivos, estresse elevado, e tudo isto somado pode afetar sua personalidade. Ao ser ridicularizada a pessoa passa a não enfrentar mais o contato social e aos poucos perde o prazer em atividades sociais, escola, lazer ou qualquer situação em que necessite se expor, por medo de ser novamente vítima deste processo. Este fenômeno leva a pessoa vítima da agressão, mobilizar seu medo, a angústia e muita raiva reprimida e até mesmo sentimentos de culpa, como se ela fosse responsável pelos ataques que sofreu. Muitas vezes não há denúncia, pois o agredido tem medo de ser ainda mais perseguido, e o agressor vale-se deste silêncio, como proteção e anonimato. Um dado muito importante deve servir de alerta para todos nós: estudos mostram que em 80% dos casos, aqueles que praticam a violência afirmam que a causa principal do comportamento agressivo é a necessidade de replicar em outras pessoas a violência que sofreu em casa ou na própria escola Suas atitudes envolvem a necessidade de dominar, de impor autoridade e coagir, desejando, na verdade, ser aceito e pertencer ao grupo e de chamar a atenção para si. Mostra ainda, a dificuldade de lidar com seus sentimentos, de colocar-se no lugar do outro e perceber os sentimentos das pessoas. Aqueles que agridem passam a ter um comportamento de distanciamento e da dificuldade em alcançar um bom rendimento escolar; nota-se que valoriza muito a violência como fonte de poder e tais fatos podem levar a comportamentos desadaptados na fase adulta. Nosso papel é trabalhar junto aos grupos sociais nos quais vivemos, começando pelo núcleo familiar, o trabalho de valorização de princípios como respeito às diferenças, tolerância, convivência fraternal e de acolhimento das pessoas, valorizando a harmonia e a disponibilidade e refazer sua história, pois embora deixe lembranças, é possível refazer o caminho de vida, tanto para agressor quanto para agredido. É importante que pais, educadores, religiosos, líderes comunitários, empresas, possam conversar abertamente sobre este assunto, visando propostas para reverter este quadro. Se existe uma cultura de violência, que se dissemina entre as pessoas, é importante que possamos espalhar uma contracultura de paz, especialmente nas crianças, que precisam ser moldadas e nelas semeadas boas sementes, de paz, amor, harmonia. Vivemos um tempo de aprendizado do como lidar com isto: escolas, pais, agressores e agredidos muitas vezes não sabem o que fazer, mas o grande plano neste momento é aprender através do incentivo de gestos de compreensão, de cada vez mais cultivar o respeito às diferenças individuais e ao olhar de fé e atitude de cada um de nós.