segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A super família na era da pressa

A super família na era da pressa

por Penélope Ximenes
A atual estrutura familiar que focaliza a relação entre pais e filhos, a afeição e a privacidade do lar é uma invenção relativamente recente na história do homem ocidental que ganhou contornos mais nítidos a partir do século XVII na Europa (Melman, 2001). No período medieval as famílias eram grandes agrupamentos compostos não apenas por parentes consangüíneos, mas por empregados, protegidos e ainda eram abertas à visitação pública, ou seja, não havia a idéia de privacidade.
No entanto, a partir do século XVIII com a entrada da escola na vida das famílias, a casa perdeu o seu caráter aberto e público e começou a se tornar privada, dando início a essa configuração de família sentimental e nuclear que temos atualmente.
Porém, as mudanças ocorridas ao longo de todos esses séculos nem sempre são positivas e estudos recentes apontam que as crianças permanecem de 11 a 28 horas semanais diante da televisão, superando o número de horas em sala de aula. E mais, em 365 dias as crianças se expõem há 14.000 referências a sexo, 200.000 atos de violência e incentivo ao consumismo. E o que acontece com as crianças em meio a tudo isso?
Como o sistema de trabalho dos pais consome muito mais tempo, quando estes pais estão em casa acabam não dedicando tempo suficiente para interações entre pais e filhos por estarem sempre cansados ou com pressa. E a pressa e a rapidez com que as coisas são feitas diariamente ensinam comportamentos de aceleração para as crianças, ou seja, os pais tornam-se modelos de “pressa” para os filhos que repetem esses comportamentos no ambiente escolar, o que gera crianças agitadas, inquietas e desatentas.
E o que fazer para atenuar essa situação? Eis algumas dicas que podem ajudar:
  • Construir brinquedos com o seu filho pode ser um bom treino para diminuir a pressa;
  • Manter o foco na relação pais-filhos;
  • Estabelecer metas;
  • Propiciar o diálogo;
  • Dividir as dificuldades;
  • Organizar uma refeição em que todos estejam juntos;
  • Viver o momento presente;
  • Conversar com os filhos e tentar entender as situações da perspectiva dele;
  • Apontar comportamentos incorretos;
  • Mostrar interesse pelos pensamentos e sentimentos da criança;
  • Definir bem o papel de cada membro da família.
“Com a tecnologia, ganhamos velocidade, mas perdemos a paciência para simplesmente viver”.

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